Toda vez que uma nova geração chega ao mundo do trabalho, ela inaugura estilos, deixa o ambiente ainda mais criativo e aumenta a familiaridade com a tecnologia. Tarefas que a geração Z têm tirado de letra. Mais que isso: jovens de 14 a 29 anos que deixam a sala de aula e entram no mercado profissional estão revolucionando o mundo corporativo. Esse é o tema deste episódio do Caminhos da Reportagem, que se debruçou em pesquisas e ouviu uma série de especialistas no assunto.
Jovens da geração Z - Divulgação/TV Brasil
Até 2030, esses jovens serão um terço dos funcionários no mundo todo. Pessoas que se preocupam – e muito – com propósito e saúde mental. “É uma força de trabalho diferente do que a gente teve até então. A gente teve uma força de trabalho ou muito especializada ou muito fiel. A de agora convida a sociedade a enxergar a relação ‘vida pessoal e trabalho’ com mais equilíbrio”, opina o psicólogo Vitor Barros.
Ao mesmo tempo, eles são vistos como imediatistas. “Essa é uma característica muito forte. E ela se explica: no mundo digital, a agilidade é maior. Então, uma competência que precisa ser desenvolvida nesses jovens é a resiliência. Mas é fato que eles não têm paciência. Eu tive o depoimento de uma pessoa que entrou em uma empresa como recepcionosta e pediu desligamento seis meses depois, porque não foi promovida a gerente”, conta a mentora de carreiras Anna Cherubina Scofano.
Gabriella Braz, de 22 anos, é jornalista - Divulgação/TV Brasil
Em busca de respostas, nossa equipe conversou com uma série de profissionais da geração Z. A jornalista Gabriella Braz, de 22 anos, e a desenvolvedora de software Kimberly Sousa, de 21, não concordam com o modo de vida de profissionais que “trabalham pra ter um conforto que, muitas vezes, não conseguem aproveitar” ou que colocam o trabalho como o centro de tudo.
“Um dos fatores que nossas pesquisas têm mostrado leva em consideração que nunca se teve tantos casos de burnouts, depressão e síndrome do pânico. Será que essa nova geração está disposta a encarar as mesmas armadilhas ou os mesmo desafios que as gerações mais maduras enfrentaram? A resposta está clara: não”, afirma o diretor-geral da empresa de consultoria Korn Ferry Brasil, Rodrigo Araújo.
Kimberly Sousa, de 21 anos, é desenvolvedora de software - Divulgação/TV Brasil
Mas é claro que comportamentos como esses dizem respeito a pessoas que possuem oportunidade de escolha. “Quando nós olhamos para a dimensão de renda, os jovens de famílias pobres, majoritariamente negros, não podem se dar ao luxo de abrir mão do seu emprego”, destaca o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles.
Ao longo do programa, jovens da geração Z também discutem temas recorrentes no mundo do trabalho e nas redes sociais, como liderança (eles não querem mesmo ter cargos de chefia?), compromisso (eles são, de fato, menos comprometidos com o trabalho?), home office e negócio próprio.
Segundo o Monitor Global de Empreendedorismo, oito milhões de brasileiros entre 18 e 24 anos empreendem. Jovens como o Felipe Pessoa e o Matheus Assis, de 27 anos. Os dois são sócios do aplicativo “Explanada dos Mistérios”, um trocadilho com a famosa Esplanada dos Ministérios.
Felipe Pessoa é um dos criadores do app Explanada dos Mistérios - Divulgação/TV Brasil
Apenas no ano passado, a startup cadastrou mais de 12 mil eventos culturais na capital do país. “A gente cresceu ouvindo que Brasília não tinha nada para fazer. A partir disso, a gente criou esse movimento para compartilhar a arte e a cultura da cidade”, diz a dupla.
Ficha técnica
Reportagem: Flavia Peixoto
Reportagem cinematográfica: André Rodrigo Pacheco, Rogerio Verçoza e Sigmar Gonçalves
Auxílio técnico: Rafael Calado e Marcelo Vasconcelos
Produção: Patrícia Araújo e Claiton Freitas
Edição de texto: Paulo Leite
Edição de imagem e finalização: Rivaldo Martins
Design: Caroline Ramos
Videografismo: Alex Sakata
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