Ter dificuldade de acesso e permanência na escola, ganhar cerca de 75% dos salários de um homem branco, ser a maior vítima de violência ginecológica, ser alvo do racismo institucional. Essa é a realidade da maioria esmagadora de mulheres negras do Brasil e do mundo, de acordo com o último relatório do Fundo de População das Nações Unidas.
Para discutir estes e outros temas relacionados aos problemas e ao empoderamento das mulheres negras, o Diálogo Brasil recebe esta semana a gerente de programas da ONU Mulheres, Carolina Querino, e a secretária-executiva da Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras, Valdecir Nascimento.
A secretária-executiva destaca que já tivemos alguns avanços em relação às mulheres negras, que mais pessoas estão refletindo e lutando pelo combate ao preconceito, mas que ainda são necessárias políticas efetivas de combate ao racismo institucional. “O que o Brasil fez conosco foi implementar políticas para reduzir desigualdades. Você está garantindo acesso a bens, serviços e isso não significa que você está impedido de sofrer a discriminação nos lugares que você acessa”, afirma Valdecir.
Carolina Querino também coloca o racismo como a principal raiz dos problemas das mulheres negras. De acordo com ela, o racismo no Brasil está em todas as camadas sociais, mas principalmente no “topo da pirâmide”. Ela também pontua que, quando uma mulher negra consegue ocupar um espaço de poder e decisão, é ali onde o preconceito vai ser mais cruel “pois é um espaço normalmente mais branco, que está menos habituado a conviver com essa diversidade”.
Também participam do Diálogo Brasil, por vídeo, a assessora de gênero e raça do Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento, o PNUD, Ismália Afonso e a doutoranda e especialista em saúde reprodutiva das mulheres negras Emanuelle Góes.
A TV Brasil exibe o programa Diálogo Brasil toda segunda-feira, sempre às 22h30.
Apresentação: Katiuscia Neri
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