Este Diálogo Brasil promove um debate sobre o impacto da poluição dos transportes no aquecimento global. Com apresentação do jornalista Maranhão Viegas, participam do programa as diretoras-executivas do Instituto Clima e Sociedade (ICS), Ana Toni, e do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP Brasil), Clarisse Linke.
O Brasil aposta nos biocombustíveis para reduzir a emissão de gás carbônico, que provoca o efeito estufa e eleva a temperatura do planeta. Ana Toni observa que a questão é complexa. Segundo ela, a substituição dos combustíveis é importante, mas o país precisa rever o modelo de desenvolvimento. A diretora do ICS destaca ainda que, além de climático, esse também é um problema de saúde e de mobilidade.
Na mesma linha, Clarisse Linke propõe uma inversão de prioridades, com preferências para o pedestre, o ciclista e o transporte público sobre carros e motos. Ela diz que a política brasileira de mobilidade urbana é muito boa no papel, mas considera que isto não basta e que tampouco transporte público de qualidade e atrativo, embora essencial, resolva.
Clarisse defende que as cidades sejam repensadas, pois o modelo atual, com oportunidades centralizadas e moradias distantes, obriga o cidadão a grandes deslocamentos diários. Aline Cavalcante, da Coalizão pelo Clima e Mobilidade Ativa, também participa do programa e, em mensagem gravada em vídeo, sugere que o país avance no combate à poluição com o incentivo a deslocamentos de bicicleta e a pé.
Ana Toni lembra que a cultura do transporte individual é reforçada pela propaganda da indústria automobilística, que sempre mostra os carros em lugares paradisíacos, nunca em grandes congestionamentos de trânsito. Além disso, ela avalia que o setor usa o poder de geração de emprego e renda contra as ambições por menos poluição.
O Diálogo Brasil é exibido toda segunda-feira, às 22h30, na TV Brasil.
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