No Brasil mais de 30 milhões de pessoas ainda não têm acesso à água tratada, e quase metade da população não dispõe de serviço de esgoto considerado adequado, isto é, com o uso de fossa séptica ou rede de coleta e tratamento, de acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA). Esses números deixam o país longe de cumprir a meta de universalizar o acesso à água e esgoto em 2033, como prevê o Plano Nacional de Saneamento Básico.
Para discutir estes números e quais medidas podem ser tomadas para que mais brasileiros tenham acesso a esse serviço essencial, o Diálogo Brasil recebe o secretário-executivo da Associação Brasileira de Municípios (ABM), Gilmar Dominicci, e o diretor da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental do Distrito Federal (Abes-DF), Marcos Montenegro.
Para Montenegro, o que tem dificultado a implementação dos recursos sanitários é a queda nos investimentos nos últimos anos. Ele defende que saneamento básico é condição fundamental para a dignidade da população: “Ausência de saneamento, para boa parte da população brasileira, é a ausência de renda, é a desigualdade. Não dá para ter o saneamento equânime e ter uma cidade injusta, ter uma cidade onde a população pobre não tem onde morar”, avalia.
Dominicci diz que falta gestão técnica nos municípios, o que dificulta a elaboração de projetos na área de saneamento. “Principalmente nos municípios pequenos nas regiões norte e nordeste, você não tem praticamente nada no município: não tem um serviço municipal de água, não tem uma autarquia, não tem uma estrutura mínima para o acompanhamento, a execução da obra e depois a própria execução do serviço. O recurso é disponibilizado, mas você não tem condição de isso se tornar realidade no município”, destaca o representante da ABM e ex-prefeito de Franca, que é considerada a cidade-modelo em saneamento no Brasil.
Também participam por vídeo desse debate, o secretário nacional de Saneamento do Ministério das Cidades, Henrique Pires; o presidente-executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos; e a faxineira Gideane Souza traz o seu depoimento de como é viver diariamente com a falta de saneamento básico.
Conduzido pelo jornalista Estevão Damázio, o Diálogo Brasil vai ao ar toda segunda-feira, às 22h15, na TV Brasil.
Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.