Vou cometer uma heresia, mas confesso que, para mim, Copa do Mundo é um saco. O país pára, não se fala em outra coisa. Tirando o álbum de figurinhas, no qual ainda me faltam várias para completar, o resto é muito chato.
Se o Brasil vencer (e tomara que isso aconteça, pois antes de tudo torço pela nossa Seleção), vamos encarnar em quem? Essa é a graça do futebol: perturbar o torcedor adversário, tirar sarro com a cara dele.
Quem torce por clube de futebol percebe que os estádios, em jogos da Seleção, reagem de outra maneira; as manifestações do torcedor são diferentes, parecem com as de nossas mães e mulheres, na sala, vendo jogo pela TV vêm sempre na hora errada e demonstrando falta de conhecimento.
Não adianta procurar o português da padaria, o japonês do restaurante, o italiano da casa de massas, o alemão da cervejaria. Se o time de algum deles estiver melhor que o seu no Campeonato Brasileiro, você ainda vai se arrepender da brincadeira.
Eu gosto de futebol porque tenho um clube de coração. É essa paixão clubística que me faz acompanhar o noticiário diário, que agora ficará magro, só falando do Mundial da Alemanha.
Como Palmeiras e Corinthians vão reagir contra a ameaça de rebaixamento? E o Botafogo? E Edílson, vai se recuperar a tempo de reforçar o Vasco na final da Copa do Brasil? E o Flamengo, com Sávio? O Atlético Mineiro, vai reagir na Segundona?
Tudo isso só voltará à baila daqui a um mês. Até lá estaremos todos juntos, vamos, pra frente Brasil, Brasil, salve a Seleção. Com uma empolgação excessiva e uma confiança ainda maior e temerária. Somos favoritos sim, temos os melhores do mundo sim, mas é hora de aproveitar as bolhas nos pés e trocar um pouco a chuteira pelas famosas sandálias da humildade.
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