Certa vez, numa entrevista após um jogo em que seu time, o Flamengo, havia sido derrotado, Zagallo disparou: "veio na hora certa". Daquela vez o técnico queria dizer que o resultado não iria interferir na classificação da equipe, nem no campeonato. Eu reproduzo, adequando para o Vasco, em relação ao jogo com o Ceará no último sábado. A derrota veio em boa hora.
Por acaso o Vasco manteve a liderança, pois o Atlético Goianiense ficou no empate com o Bragantino. Mas mesmo que a equipe carioca tivesse perdido a liderança, o resultado não afetaria a caminhada para a Primeira Divisão, já que os quatro primeiros garantem classificação. O resultado foi bom para acalmar a euforia da torcida, que queiram ou não influi no desempenho dos jogadores. A derrota mostrou que o Vasco não tem um timaço e que se não mantiver a disposição apresentada em outros jogos não terá tanta facilidade para voltar à elite do futebol brasileiro.
Bastaram alguns desfalques para o time não se acertar em campo. É evidente que o desfalque de Carlos Alberto afeta, mas não deveria influenciar tanto. O Vasco bem que podia ter outras alternativas para a ausência de seu principal jogador. Mas ficou evidente que não as tem. Ao contrário do que pode imaginar sua torcida, o Vasco não tem o melhor time da Segunda Divisão, e certamente não dispõe de um grupo forte para disputar a Primeira. No máximo é igual às demais da Série B, com o diferencial de que busca o resultado e não se abala quando joga na casa do adversário.
Não tenho dúvidas de que o Vasco vai subir para Série A, até porque quatro equipes terão esse privilégio. Mas o tropeço, ainda na 21ª rodada, serve para deixar em alerta o futebol e a torcida vascaína. É a derrota na hora certa, o aviso necessário para se retomar o rumo e se adequar à realidade.
Por falar em realidade, creio que o Fluminense deve encarar a sua desde já e deixar de sonhar com algo inalcançável. O time precisa fazer oito pontos e o Santo André, nenhum, para colocar a cabeça fora da zona do rebaixamento. Essa diferença só aumenta a cada rodada e ainda há quem diga que é só continuar trabalhando que tudo vai mudar. Não é simples assim. Domingo que vem, no Maracanã, o adversário será o Náutico, que também está na faixa dos rebaixados. Mesmo que vença, ainda ficará cinco pontos atrás do time pernambucano. Complicado, não é? Não vê quem não quer: só um milagre salva o Tricolor.
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