O São Paulo goleou o Náutico por 5 a 0 no fim de semana, resultado expressivo, mas normal, entre o líder do campeonato e um dos virtuais rebaixados à Segundona em 2008. Mas, com os cinco gols marcados, o tricolor paulista chegou à marca de 29, em 21 jogos, ou seja, média de 1,38 gol por jogo, suficiente para lhe dar esta boa colocação, já que, com apenas sete gols sofridos na campanha, a média de gols tomados é de apenas 0,33.
O fato é que os 29 gols marcados pelo São Paulo são os mesmos, por exemplo, feitos pelo Flamengo, que só agora escapou da zona do rebaixamento. E são inferiores aos 30 do Atlético Paranaense, que está lá. E aí? O São Paulo, também tricolor como o Fluminense, é o novo timinho do futebol brasileiro? Quem deve cantar mais? A torcida do Botafogo, que já festejou 41 gols, que se diz alegre com o futebol bonito do seu time, mas que está em terceiro lugar na disputa, ou a do São Paulo, que em apenas três dos 21 jogos viu seus jogadores marcarem mais de dois gols?
Isto talvez seja mais um motivo para explicar o que tanto se fala: o nível do Campeonato Brasileiro caiu. Não é preciso ser igual à seleção americana de basquete para vencer. O espetáculo, nos nossos gramados, está em segundo plano. Os times precisam ser como a seleção de vôlei do Bernardinho (um timaço), que quando não dá show garante a vitória na disposição e no empenho, parte em busca do resultado.
Por isso, talvez também não se possa dizer mesmo quem é favorito a cada rodada, quem vai cair ou se classificar para esta ou aquela competição. A chave de tudo está na regularidade. E aí estão os dois times do Rio, que fazem mais um clássico num meio de semana outra coisa que ninguém me explica o por quê. Desde o mal contado caso de doping do Dodô, até hoje sem culpado (alguém pode dizer o motivo?), o Botafogo perdeu o ritmo e caiu na tabela, só se recuperando domingo. Ao contrário, o Flamengo se acertou e com três vitórias já saiu da zona da degola. E daí? Alguém é favorito no clássico? Claro que não, até porque, desde março de 2004, são 13 jogos, com três empates, seis vitórias do Flamengo e outros quatro empates, estes últimos em 2007.
Portanto, à exceção do "timinho" do São Paulo e dos "timecos" do Juventude e do América de Natal, os demais estão todos num bolo só. E nada de festejar ou sofrer antes da hora. Engraçado é que, domingo, na Igreja Presbiteriana do Riachuelo, o Reverendo Antônio Carlos Costa, da Barra da Tijuca, nos ensinou que, segundo a Bíblia, de nada adianta a ansiedade, pois tudo tem o seu tempo certo. Basta ter fé. Mas, na hora de ir embora, garantiu que o time dele, o Botafogo, vai vencer nesta quarta. Será que é ansiedade ou muita fé? Deixei a igreja sem entender.
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