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Secretário de Vigilância em Saúde fala sobre a epidemia do coronavírus

Wanderson Oliveira compara o surto do coronavírus ao Zika

Impressões

No AR em 10/02/2020 - 21:00

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, faz um alerta aos brasileiros ao comparar o surto do coronavírus ao Zika, responsável por uma epidemia no Brasil em 2015. Em entrevista ao Impressões, ele diz que é preciso evitar o preconceito. “A gente tem que tomar muito cuidado para não promover a xenofobia, porque eles (os chineses) estão vivendo agora o que nós vivemos na época do Zika. Muitas pessoas questionavam se teria Copa do Mundo e se teria Olimpíada”, relembra. Wanderson diz que chegou a ir à Genebra com o ministro da Saúde para esclarecer às pessoas de que o risco de vir ao Brasil e contrair a doença era muito baixo. “E assim foi, né? Nós tivemos uma Olimpíada com muita tranquilidade, tivemos várias medalhas”, recorda.

Para o secretário é necessário evitar o pânico ao lidar com casos de epidemias. “É preciso muita calma e muita prudência", aconselha. “Eu quero chamar a atenção para a gente tratar com muito respeito os chineses, seja o chinês que mora no Brasil, que já está aqui morando conosco, sejam as pessoas que por características fisionômicas possam parecer chinesas.”

“Eles estão vivendo agora o que nós vivemos na época do Zika”, diz secretário de Vigilância em Saúde sobre a epidemia do coronavírus
“Eles estão vivendo agora o que nós vivemos na época do Zika”, diz secretário de Vigilância em Saúde sobre a epidemia do coronavírus - Divulgação/TV Brasil

Wanderson Oliveira avalia que “o Brasil está preparado para enfrentar esse desafio junto com os outros países do mundo e está contribuindo com a OMS para a capacitação dos países do Mercosul”. Sobre os riscos do país ser atingido pela nova doença, ele analisa: “Nós não temos a circulação do vírus no Brasil, até o momento. Mas há probabilidade de um dia ou de algum momento ele chegar. Vivemos em uma comunidade em que as pessoas estão circulando”. Ainda assim, o secretário diz que não há motivos para preocupação. “Pelos relatos e pelas características da doença que está acontecendo neste momento na China, é uma doença cuja letalidade é menor do que, comparativamente, outras doenças”.

Para combater o novo coronavírus, o secretário diz que há uma série de medicamentos que estão sendo estudados, principalmente alguns antirretrovirais. “A gente tem vários testes, alguns medicamentos que são utilizados para outra utilidade e que estão começando a apresentar resultados promissores, mas ainda não tem nenhum tratamento específico para o coronavírus. Ainda não tem nenhum medicamento, nem uma vacina própria para isso”.

Caso a doença chegue ao Brasil, o secretário acredita que o país estará apto ao desafio. “O Brasil está preparado para identificação do vírus e para essa fase de contenção de uma maneira muito precisa. Todos os estados estão desenvolvendo planos de contingência”. No entanto, ele explica o que pode ser feito em casos de possíveis contaminações. “Se a pessoa necessitar ser internada, vai receber o monitoramento sintomático para diminuir o desconforto da febre, da dor no corpo, da tosse, do desconforto respiratório. Tem estratégias e instrumentos para fazer isto, preservar a vida e garantir a eliminação do sofrimento. Então, existe tratamento, mas não é aquele tratamento que vai matar o vírus”. Wanderson diz que o atendimento ao doente também pode ser feito até em domicílio, numa espécie de isolamento domiciliar. Já numa situação mais crítica, há a possibilidade de UTIs, em caso de mudanças no cenário epidemiológico.

No Brasil, o novo coronavírus também levantou suspeitas sobre a compra de produtos de origem chinesa. Sobre isso, o secretário esclarece: “Não há nenhum risco de numa importação de um produto, ter contaminação do vírus. O vírus tem uma vida fora do organismo muito pequena, de horas. A importação desses produtos demora alguns dias. Então é uma situação completamente sem sentido”.

E para combater as fake news, além do site da saúde (www.saude.gov.br/fakenews), o Ministério conta com um número de WhatsApp para esclarecer a população sobre a nova doença. “As pessoas podem enviar para a gente as perguntas. Se recebeu um vídeo, saber se é verdadeiro ou não é verdadeiro... Nós temos recebido com frequência muitos pedidos de verificação, então as pessoas não devem acreditar no que receberem”, alerta o secretário. “Chequem as informações no site do Ministério da Saúde, ou da secretaria municipal, ou de uma instituição como a Fiocruz ou hospitais que possuam e compartilhem informações verídicas e oficiais”, aconselha.

Katiuscia Neri entrevista Wanderson Oliveira, secretário de Vigilância em Saúde
Katiuscia Neri entrevista Wanderson Oliveira, secretário de Vigilância em Saúde - Divulgação/TV Brasil

Por fim, Wanderson Oliveira relembra que a prevenção ainda é a melhor forma de evitar a contaminação pelo coronavírus e que a adoção de medidas básicas podem diminuir o risco de ter a doença. “Lavar as mãos com frequência, antes de comer e depois de ir ao banheiro, com regularidade. Cobrir a boca ao tossir e espirrar, evitar ficar tocando os olhos e o nariz com as mãos, não ir trabalhar caso esteja doente. Se estiver doente não ir a locais com aglomeração, e usar álcool em gel”, conclui.

“Na época da pandemia de influenza em 2009, nós criamos o hábito de usar álcool em gel. É uma ação barata, simples de ser feita. As crianças podem aprender de forma muito rápida e podem ensinar também para os seus pais”, aconselha.

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Tags:  coronavírus

Criado em 10/02/2020 - 09:50

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