Carmem Teresa Manfredini, professora, cantora, moradora de Brasília desde a década de 1970, viu seu irmão se transformar em um ícone da música nacional. Pano de fundo das canções, estava lá sempre Brasília, como cenário das composições.
Quem conhece Renato Russo e é fã do grupo Legião Urbana já se familiarizou com bairros como Asa-sul, Asa-norte, sabe que o Parque da Cidade era ponto de encontro de Eduardo e Mônica e que Ceilândia e Taguatinga ficam no entorno, por onde Santo Cristo, de Faroeste Caboclo, andou no seu calvário.
Brasília, cidade criada há 60 anos para unir e integrar brasileiros, hoje tem identidade própria e filhos ilustres que se inspiraram nela. Primogênito da família Manfredini, uma das que veio para o centro-oeste no período da construção, Renato Russo apresentou Brasília – que antes só se via nos noticiários – ao Brasil.
Neste Impressões, a irmã de Renato Russo, Carmem Teresa Manfredini relembra a infância e a juventude na cidade ao lado do irmão - quando chegaram, ele tinha 12 anos e ela 9 - nas quadras e pilotis do plano-piloto.
Na conversa com Katiusca Neri, ela revela também as aventuras do artista, que se lançava pelas cidades satélites, como Ceilândia e Sobradinho, em busca de inspirações na vida comum.“Era como se fossem passeios para ele. Mas, na verdade, ele estava coletando informação”, contou. “Ele cantou Brasília de diversas formas. As pessoas nem sabiam o que era Brasília. Ele conseguiu eternizar a cidade”.
A música de Renato Russo nasceu das relações estabelecidas na Colina, um pequeno bairro localizado na Universidade de Brasília para abrigar famílias de professores. Foram essas amizades que deram origem a bandas como Legião Urbana, Plebe Rude e Paralamas do Sucesso, responsáveis pela força do rock característico da capital.
Renato Russo morreu em 1996, por complicações da Aids, aos 36 anos. Deixou inúmeras composições de sucesso, algumas, hinos nacionais, e fãs por todo o país.
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