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A genialidade de Radamés Gnattali

Um especial sobre o instrumentista com depoimento de Tom Jobim

Musicograma

No AR em 04/12/2011 - 00:30

Radamés Gnattali - Musicograma

"Minha música é brasileira, baseada em temas folclóricos e urbanos do Rio de Janeiro." Assim, o arranjador, compositor e instrumentista Radamés Gnattali define seu estilo. O músico é o homenageado do Musicograma deste sábado (3), às 21h30. Um especial que traz depoimentos do próprio Radamés e de Tom Jobim.

Radamés Gnattali começou sua vida musical com uma formação erudita. Gaúcho e filho de músicos, nos primeiros nove anos tocou Bach, Chopin e Beethoven, mas se encantou com o Choro, em uma das suas visitas ao Rio de Janeiro. Após Villa-Lobos compor uma série sobre o gênero, o Choro ganhou prestígio, e o popular se aproximou do erudito. "Para mim não tem distinção entre o popular e o erudito. O Pixinguinha é tão bom quanto o Villa-Lobos", relatou o instrumentista.

Enquanto trabalhou como arranjador popular, adotou o pseudônimo de Vero. Concertista conhecido e respeitado no Sul, não pôde manter a carreira no Rio de Janeiro. Teve que sobreviver tocando em orquestras que animavam bailes e programas de rádio. Aos 28 anos, substituiu Pixinguinha como arranjador na gravadora RCA Victor. Em 1936, estava no elenco que inaugurou a Rádio Nacional e ficou lá por mais 30 anos.

Foi o responsável pelas orquestrações de obras-primas da MBP. "Carinhoso", de Pixinguinha; "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso; a pré-bossanovista "Copacabana", de Braguinha e Alberto Ribeiro, são algumas das centenas de arranjos que assinou. Em 1943, criou na Rádio Nacional a Orquestra Brasileira de Radamés Gnattali. Radamés usava os instrumentos de orquestra de forma percussiva. Este tratamento popularizou o samba carioca nacionalmente.

O talento de Radamés foi fundamental para a afirmação da música instrumental brasileira. Enquanto trabalhou no rádio não deixou as carreiras de pianista, concertista e compositor. Nos anos 60, trabalhou durante 11 anos na televisão como arranjador, compositor e regente. Na mesma década, viajou à Europa com o Sexteto Radamés Gnattali. Nos anos 70, Radamés promoveu uma campanha intensa pela valorização do Choro. Em 1983, recebeu o prêmio Shell na categoria música erudita.

No repertório da edição, Chovendo na Roseira, Corcovado, Trenzinho Caipira, Carinhoso, 1X0, Eu preciso aprender a ser só, Ponteio, Pé de moleque e Alvorada.




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Criado em 04/12/2011 - 03:30 e atualizado em 04/12/2011 - 03:30

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