O Musicograma desta semana exibe musicais de dois cariocas da gema e flamenguistas: Ciro Monteiro e Moacyr Luz. Ambos conseguiram, através da música, exaltar a cidade maravilhosa, seus símbolos e a simpatia e irreverência dos seus moradores.
Homem de olhos sorridentes, Ciro Monteiro era chamado de "Formigão" pelos amigos e de "O Cantor das Mil e uma Fãs" pelos admiradores. Se acaso você chegasse, de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins, foi sucesso do primeiro disco de Ciro, lançado em 1938, que o projetou nacionalmente. Mas o carisma do artista ultrapassava a música. Alguns diziam que era um flamenguista de quem até os adversários gostavam. O compositor morreu com apenas 60 anos de idade e seu enterro uniu as cores rubro-negras, de seu clube, ao a verde-e-rosa, da Mangueira. O poeta Vinícius de Moraes dizia que Ciro Monteiro era "um grande abraço em toda a humanidade".
Sambista de uma geração diferente de Ciro, Moacyr Luz também revelou seu amor ao Rio nas suas composições. Seu primeiro contato com a música aconteceu aos três anos de idade. Na adolescência formou o grupo Movimento Livre do qual fazia parte o pianista Fernando Merlino. No final dos anos 1970 era o violonista do grupo Rompendo o Cerco, quando começou a carreira de instrumentista.
Uma coincidência aconteceu em 1984. Moacyr descobriu que o letrista Aldir Blanc era seu vizinho e daí nasceu a parceria entre os dois. A primeira composição assinada pela dupla Moacyr-Blanc foi Delirius Tremens, uma letra com 60 versos. Moa, como é conhecido, se inspira nas paisagens e nos tipos cariocas. Ele diz que basta um passeio pelas ruas do Rio para ser abraçado pela musa. Suas músicas já foram gravadas artistas como Maria Bethânia, Emílio Santiago, Nana Caymmi, Leila Pinheiro, Elba Ramalho, Leny Andrade, Gilberto Gil, entre outros.
Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.
