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O Nordeste de Jackson do Pandeiro e Alceu Valença

A trajetória pessoal e profissional de dois grandes representantes da

Musicograma

No AR em 09/12/2012 - 00:00

Jackson do PandeiroNo Musicograma desta semana, dois artistas nordestinos que marcaram o cancioneiro popular: Jackson do Pandeiro e Alceu Valença. Ambos foram consagrados por suas trajetórias emblemáticas e são considerados representantes significativos da história de seus estados e da música brasileira. No programa, imagens de Jackson interpretando Forró em Limoeiro, de Edgar Ferreira; Puxa Saco, Zé Catraca; Chiclete com Banana, Gordurinha e Almira; e Sebastiana, de Rosil Cavalcanti. No repertório de Alceu Valença composições próprias como Bobo da Corte, Anunciação, Como dois Animais, Coração Bobo e Tropicana, esta parceria com Vicente Barreto.

Jackson do Pandeiro conquistou inúmeras plateias com sua ginga especial no palco, uma mistura de malandro carioca com raízes nordestinas. Nascido em Alagoa Grande, na Paraíba, o artista atendia pelo nome de José Gomes Filho antes de se tornar o mais importante ritmista do Brasil e um verdadeiro pilar. Seu caminho na música começou aos 17 anos, quando largou o antigo emprego para se tornar baterista do Clube Ipiranga. Em 1939, já formava dupla com José Lacerda, irmão mais velho de Genival Lacerda. Sua alcunha era Jack do Pandeiro. A mudança para o nome que o consagrou só veio em 1948, quando o músico trabalhava na Rádio Jornal do Comércio do Recife e seu diretor sugeriu uma troca de Jack para Jackson, mais sonoro e impactante.

Em 1953, com 35 anos, Jackson gravou o seu primeiro grande sucesso: Sebastiana, de Rosil Cavalcanti. Logo depois, emplacou outro grande hit: Forró em Limoeiro, rojão composto por Edgar Ferreira. No Rio de Janeiro,, trabalhando na Rádio Nacional, Jackson alcançou grande sucesso com O Canto da Ema, Chiclete com Banana, Um a Um e Xote de Copacabana. Os críticos ficavam encantados com sua facilidade em cantar os mais diversos gêneros musicais: do baião às marchinhas de carnaval, passando por samba-coco e rojão. Com 63 anos faleceu de embolia cerebral, em 10 de julho de 1982.

Alceu ValençaAssim como Jackson, Alceu Valença é outro grande talento gerado no nordeste do país. Nascido em uma pequena cidade do agreste pernambucano, Alceu cresceu ouvindo Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, além de Nelson Gonçalves, Ângela Maria e Cauby Peixoto. Criado em uma família de empresários e políticos, cursou Direito, mas nunca chegou a exercer a profissão. A música era o que o atraia. Por isso, mudou-se para o Rio de Janeiro em 1970, onde participou do Festival Universitário da TV Tupi, com três músicas, uma delas em parceria com o seu amigo Geraldo Azevedo. Dessa convivência nasceu seu primeiro disco, Alceu Valença & Geraldo Azevedo, lançado pela Copacabana, em 1972, com arranjos do maestro Rogério Duprat.

Com a canção Vou Danado Pra Catende, inspirada no poema O Trem das Alagoas, de Ascenso Ferreira, provocou um choque na música brasileira, misturando toda a sua influência num produto final de gênero indefinível. O sucesso popular chegou aos 30 anos de idade, com vários discos, shows e uma bem sucedida excursão pela Europa, onde gravou na França um disco ainda inédito no Brasil. Seguiram-se, na década seguinte, vários discos, como Espelho Cristalino (1977); Coração Bobo (1980), Cavalo de Pau (1982), Anjo Avesso (1983), entre outros.

Os últimos dez anos da sua obra se caracterizam pela maturidade do compositor e do intérprete. Ele funde ritmos tipicamente nordestinos com sons universais, como fado, rock e mesmo música oriental. Não há como rotulá-lo, mas sua música é inegavelmente brasileira, com um sabor reconhecidamente nordestino.





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Criado em 26/03/2011 - 16:21 e atualizado em 21/01/2013 - 14:16

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