O filme aborda a tortura durante o período de ditadura no Brasil, mostrando como suas vítimas sobreviveram e como encaram aqueles anos de violência duas décadas depois. "Que Bom Te Ver Viva" mistura os delírios e fantasias de uma personagem anônima, interpretada pela atriz Irene Ravache, alinhavados aos depoimentos de oito ex-presas políticas brasileiras que viveram situações de tortura.
Lançado no circuito em 1989, o longa-metragem intercala a performance da artista com as entrevistas concedidas por oito ex-presas políticas que sofreram atrocidades durante o regime ditatorial instaurado no país. A produção traça um panorama sobre a influência da violência na trajetória dessas corajosas mulheres. Os resultados adversos da tortura ainda estão presentes até hoje em suas vidas.
Para diferenciar as passagens de ficção e as sequências documentais do conteúdo, a diretora Lúcia Murat optou por técnicas diferentes de registro das imagens. Os depoimentos das ex-presas políticas foram gravados em vídeo, com o enquadramento semelhante ao de um retrato 3x4. Já nas cenas em que prevalece a dramatização, o filme emprega a luz teatral. A ideia é exaltar o discurso inconsciente do monólogo estrelado pela atriz.
O longa brasileiro foi reconhecido com diversas premiações em importantes festivais de cinema no país e em seleções da sétima arte no exterior. A performance de Irene Ravache também rendeu láureas à artista. As conquistas incluem os festivais de Brasília, do Rio e de Havana. O documentário foi indicado a prêmios em várias categorias e participou de mostras internacionais.
Direção: Lúcia Murat | Ano: 1989 | Duração: 1h e 40min.
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