Nesta semana a jornalista Roseann Kennedy conversa com Eliana Calmon. Primeira mulher a ocupar um cargo de ministra no Superior Tribunal de Justiça, esteve à frente, por dois anos, da corregedoria do Conselho Nacional de Justiça, o CNJ. Candidata ao Senado em 2014, Eliana avalia que a experiência foi rica, mas diz que não pretende se candidatar novamente.
De temperamento forte e famosa por frases polêmicas, a magistrada causou comoção ao afirmar que no Judiciário existem "bandidos de toga", referindo-se ao comportamento de alguns juízes que usam do cargo para se beneficiar. Hoje, aposentada do serviço público, faz críticas ao sistema político e ao Judiciário.
Para Eliana, a força-tarefa conhecida como Lava Jato “é um divisor de águas”. “Nós estamos agora passando a limpo aquilo que todo mundo sabia. Quem é que não sabia da existência de uma intimidade indecente entre a classe política e econômica?”, questiona.
A magistrada entende que a partir da operação vieram à tona as entranhas do poder brasileiro e sua relação com a corrupção em todos os níveis de governo. A ex-ministra dispara: “Se o Brasil está passando a limpo os poderes da República, o Executivo e o Legislativo, precisa também passar a limpo o poder Judiciário”. E completa: “Esses são os piores. Porque, pelo menos no Legislativo e no Executivo, nós fazemos a renovação de quatro em quatro anos pelo voto popular. E na magistratura, não. Nós temos um juiz corrupto que fica a vida inteira”.
Por fim, ao criticar a permissividade que o brasileiro costuma ter com os amigos, principalmente no Judiciário, ela tem posições firmes: “Eu não quero ser justiceira”. E manda um recado: “Eliana juiza não é amiga de ninguém, porque eu sou a justiça”.
O bate-papo rendeu posturas contundentes da ex-ministra. Não perca: Conversa com Roseann Kennedy vai ao ar toda segunda-feira, às 21h30, na TV Brasil.
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