Para discutir a recente onda de violência em São Paulo, o Roda Viva recebe Claudio Beato, sociólogo e coordenador do Centro de Estudos em Criminalidade e Segurança Pública da Universidade Federal de Minas Gerais (CRISP).
No programa, Claudio explica por que a segurança pública está desorganizada, despreparada e em situação de disfuncionalidade. Segundo o sociólogo, a Constituição deve ser debatida. “Ela nos obriga a ter esse modelo de polícia. Tem que haver uma mudança legislativa muito profunda. Ainda temos um modelo muito conservador”, acrescenta.
Na percepção do especialista, o sistema prisional é um dos grandes problemas do Brasil. “É nelas [as cadeias] que surgem organizações criminosas como o PCC”. Mas Claudio faz um alerta: “as organizações fora dos presídios são mais perigosas, assim como as milícias, que rapidamente chegarão a São Paulo”.
As milícias são grupos de criminosos ligados à polícia e que tomam conta das comunidades. O sociólogo afirma que não é interessante para essas organizações fazer esse tipo de "espetáculo" e ter a opinião pública contra elas. “Se nada for feito, isso [as milícias, já existentes do Rio de Janeiro] vai se repetir em outras capitais”.
Para evitar esse tipo de ação seria necessária uma investigação mais restrita, por uma equipe especializada. No entanto, Claudio conclui: “Não temos uma ferramenta adequada de investigação de crimes cometidos pela polícia”. O sociólogo defende que é preciso uma especialização para se atuar na segurança pública, para que os cargos de gestores das áreas relacionadas sejam ocupados por profissionais completos.
Apresentado pelo jornalista Mario Sergio Conti, o Roda Viva recebeu na bancada desta edição o comentarista de segurança da TV Record, Renato Lombardi, o repórter do jornal O Estado de S. Paulo, Bruno Paes Manso a socióloga e pesquisadora associada do NEV – Núcleo de Estudos da Violência da USP, Camila Nunes Dias , diretora do Instituto Sou da Paz, Melina Risso e, por fim, a editora do caderno Cotidiano do jornal Folha de S. Paulo, Denise Chiarato. O Roda Viva também teve a participação do cartunista Paulo Caruso.
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