Em entrevista ao programa 3 a 1 da TV Brasil, o ministro-chefe da Controladoria Geral da União, Jorge Hage, disse ser necessário criar mecanismos para que o repasse de recursos Fundo-a-Fundo aos municípios seja feito com mais controle pelo governo federal. Segundo ele, a atual legislação impede a fiscalização eficaz do mau uso do dinheiro público na área da saúde.
Segundo o ministro, a legislação que criou o Sistema Único de Saúde ( SUS) permite o repasse direto aos municípios sem garantias de aplicação, tais como termo de parceria, contrato ou prestação de contas de sua aplicação. Na época, afirmou, confiou-se muito no poder do controle social que seria exercido pelos Conselhos Municipais: "Hoje, sabemos que a maioria desses Conselhos não funciona e são cooptados por políticos locais", avaliou Hage, para quem a solução " é rever a legislação e criar formas de acompanhar os gastos efetuados na ponta".
Jorge Hage afirmou ainda que, graças a diversos programas criados pela CGU para dar mais transparência à aplicação do dinheiro público, cerca de 3 mil servidores públicos já foram expulsos nos últimos oito anos por ligação com atos ilícitos. E defendeu uma lei que regulamente o lobby (atividade que tenta influenciar a tomada decisão governamental), de tal forma que a atividade saia da clandestinidade, a exemplo do que acontece em outros países.
O programa 3 a 1, apresentado pelo jornalista Luis Carlos Azedo, teve como convidados os jornalistas Roberto Maltchik, do jornal O Globo; e Edson Luiz, do Correio Braziliense. O programa vai ao ar nesta quarta-feira, 02/03, às 22 horas.
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