O Caminhos da Reportagem mergulha no universo da dublagem. Quem não se lembra da vinheta “Versão Brasileira Herbert Richers”, que durante muitos anos aparecia no início de filmes e desenhos animados exibidos na televisão brasileira? Herbert Richers foi um dos precursores deste mercado no país. Na década de 1970, oito em cada dez dublagens no Brasil eram feitas em seus estúdios, localizados na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro. “Eram os melhores profissionais do mercado, fazendo o melhor trabalho possível”, relembra Herbert Richers Júnior, ator e diretor de dublagem.
Até hoje a dublagem no Brasil é considerada uma das melhores do mundo. São milhares de profissionais que emprestam suas vozes a personagens do cinema e da televisão. Anônimos que marcam nossa experiência como espectador.
Miriam Ficher é atriz e dubladora e ficou conhecida por dublar algumas das mulheres mais bonitas de Hollywood, como Angelina Jolie, Nicole Kidman e Drew Barrymore. Miriam começou ainda criança na profissão e perdeu as contas de quantas vozes já fez. Para ela, o dublador “tem que respeitar o ator original. Ele estudou meses, fez pesquisa. Não é você em um minuto que vai mudar uma interpretação."
Nas últimas décadas, o mercado sofreu algumas mudanças, entre elas a procura das distribuidoras de cinema por "Star Talents" – atores famosos que dublam. O ator Thiago Abravanel já fez a voz de três personagens em animações recentes e é um entusiasta da profissão. “É um trabalho de ator mesmo e eu tiro o meu chapéu para os dubladores que são grandes atores. Para quem acha que dublar é fácil, zero fácil”.
"Eu acho que talvez é uma das formas mais difíceis de atuar, porque você tem que passar todo o sentimento, característica, emoção, estado emocional daquele personagem através da sua voz de acordo com a movimentação que a animação está te dando", acrescenta o ator.
O programa mostra os desafios de ser dublador, os cursos na área e o mercado de trabalho. Com a expansão da TV por assinatura e dos canais streaming, a demanda por produtos dublados cresceu.
“É uma revolução atrás da outra. É espantoso como cresceu o número de títulos dublados na televisão, dublados no streaming, dublados no cinema, isso virou um comércio enorme, engraçado, e a gente achava que a dublagem estava com os dias contados.”, afirma Paulo Sérgio Almeida, diretor da Filme B, consultoria especializada no monitoramento do mercado cinematográfico no Brasil.
Ficha Técnica:
Reportagem: Alessandra Lago
Edição de texto e roteiro: Luciana Góes e Renata Cabral
Direção: Rafael Casé
Edição de imagens: Demétrio Rodrigues
Produção Executiva: Samantha Ribeiro
Imagens: João Victal
Auxiliar Técnico: Leonardo Assis
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