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Colecionar, preservar, reviver

Caminhos da Reportagem explora o universo do colecionismo

Caminhos da Reportagem

No AR em 06/02/2022 - 20:00

Um mundo diferente e repleto de significados. Seja a partir de selos, latas, carros, TVs, gibis, LPs, obras de arte ou mesmo bonecos colecionáveis, há todo um universo de objetos que são reordenados pelos amantes das coleções. 

Caminhos_Colecionar, preservar, reviver_ BONECOS COLECAO
Os "action figures" são os preferidos nas coleções do público geek - Divulgação/TV Brasil

Fran Welton, empresário e sócio proprietário da Geek Show Colecionáveis loja especializada na venda de bonecos e personagens da cultura pop, acredita que o colecionismo está crescendo no mundo todo. E explica que os produtos que ele vende como os “action figures”- réplicas articuladas de grandes personagens de séries e filmes- são bem procurados no mercado. “A gente tem preços de 50 reais a 50 mil reais. Digamos que o perfil maior seja de pessoas nerds, geeks, que gostam do universo geek de todas as idades”. E observa: “O que leva as pessoas a colecionar, é principalmente a nostalgia. É aquela coisa de um quarentão como eu, entrar numa loja e ver uma estátua, ou um “action figure” de um personagem que você via na sua infância ou aquele super herói que você leu todos os quadrinhos”.

Caminhos - Colecionar, preservar, reviver - WELLINGTON FERNANDES
Wellington Fernandes possui coleção com mais de 300 bonecos articulados - Divulgação/TV Brasil

Já o colecionador de estátuas e jogos Welliton Fernandes, acredita que o que leva as pessoas a colecionarem é a satisfação que os objetos proporcionam. “É o prazer que aquilo te dá de pesquisar, de encontrar, o valor que aquilo tem pra você”. Com mais de 300 peças colecionáveis entre super-heróis e personagens de séries ele tem orgulho de suas aquisições e faz um alerta para os colecionadores mais compulsivos: “Sempre vai ter alguém querendo ganhar muito dinheiro em cima de quem não tem muito conhecimento do mercado”. E completa: “O limite tem que ser aquilo que não cause prejuízo pra você e para outros aspectos da sua vida”.

Marijara Queiroz, professora de museologia da Universidade de Brasilia, diz que na perspectiva pessoal não há muita diferença entre colecionar e acumular. “Todo colecionador é de certa forma um acumulador, mas nem toda acumulador é necessariamente um colecionador. O que diferencia é exatamente essa lógica classificatória, que em geral os colecionadores tem e o acumulador não”.

Caminhos - Colecionar, preservar, reviver _ ALCEU MASSINI
 Alceu Massini é um apaixonado por TV antigas - Divulgação/TV Brasil

Para o colecionador de TVs antigas Alceu Massini, para fazer uma coleção é preciso ter “tempo disponível e espaço para guardá-la”. E brinca: “Porque não adianta você empilhar tudo ou colocar sua mulher para fora de casa para pôr televisor lá em cima da cama e outras coisas mais”.

Caminhos - Colecionar, preservar, reviver_ BETTY BETTIOL 4
Betty Bettiol passou 20 anos construindo um acervo com obras de arte brasileiras - Divulgação/TV Brasil

Identificar, catalogar, organizar, categorizar os objetos de desejo. Esses são alguns dos caminhos trilhados pelos colecionadores. A artista plástica Betty Bettiol apaixonada por arte levou anos coletando raridades. “Foi uma aventura de uns 20 anos colhendo todo esse material rico da arte popular brasileira. O Brasil é maravilhoso! O povo simples, que produz, que fabrica obras de arte incríveis”, opina. As obras de seu acervo estão catalogadas no livro “Arte Brasileira na Coleção Bettiol” que reúne peças que expressam a alma e a cultura brasileira. Trabalhos de Tomie Ohtake, azulejos de Athos Bulcão, esculturas de Alfredo Ceschiatti, mobiliário de Sérgio Rodrigues, xilogravuras de J. Borges, bonecas de barro de Dona Isabel e muitas outras. Sobre a sua vasta coleção, Bettiol ainda aspira outras realizações para a capital do país: “Quem sabe no futuro, se eu tiver tempo ainda de vida a gente possa dar para a cidade um Museu de Arte Popular Brasileira?”

Caminhos _Colecionar, preservar, reviver - DAVI DOCA
Alceu Massini coleciona mais de 25 mil LPs - Divulgação/TV Brasil

Uma outra paixão fez com que os caminhos do colecionador Davi Doca e do empresário e vendedor de discos Bruno Prieto se cruzassem. Foi o gosto por vinis. Para Prieto, os LPs se tornaram um produto mais alternativo. “São 103 fábricas no mundo. O vinil voltou com força total nos últimos 10 anos. No Brasil temos duas fábricas, uma no Rio de Janeiro e outra em São Paulo, ambas com agenda pra produzir vinil até junho de 2023”, esclarece.

Para Davi Doca, os vinis sempre tiveram uma importância afetiva. Ele conta como é escutar as obras musicais garimpadas ao longo dos anos. “O LP é diferente, né? Ele tem um som próprio quando você ouve numa boa pickup. É delicioso ouvir um bom disco, numa boa pickup”. Doca diz que já perdeu as contas de quantos vinis comprou e calcula que já tenha passado há tempos dos 25 mil LPs. E exibe com orgulho uma de suas raridades, o LP Radio Sessions de 1965 da banda The Who: “Esse disco do The Who ele é numerado. Ele traz uma numeração. Então só existem 1000 (deles) no planeta. E eu sou um dos 1000. Sou privilegiado.".

Equipe técnica:
Reportagem: Gracielly Bittencourt
Edição: Cintia Vargas e Ana Passos
Produção: Ana Passos,Cintia Vargas, Claiton Miranda, Flávia Peixoto, Gracielly Bittencourt 
Edição de imagens: André Eustáquio, Jerson Portela, Rivaldo Martins

Arte: Nivaldo Júnior e Eudes Lins
Imagens: André Pacheco, Gilvan Rocha, Rogério Verçoza, Jefferson Pastori 
Apoio de imagens: Rogério Simas
Auxilio Técnico: Alexandre Souza, Dailton Matos, Thiago Pinto, Rafael Calado, Ivan Meira

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Criado em 03/02/2022 - 15:40

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