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Jongo da Serrinha e Velha Guarda do Império Serrano

Neta de Cartola mostra projeto social na Mangueira

Aglomerado

No AR em 18/02/2012 - 21:30

No sábado (18), o Aglomerado apresenta décadas de tradição a uma das escolas de samba mais respeitadas do Rio de Janeiro: o Jongo da Serrinha e a Velha Guarda do Império Serrano. Os apresentadores MV Bill e Nega Gizza se juntaram ao coro da arquibancada montada embaixo do viaduto Negrão de Lima, em Madureira (RJ), para mostrar que música boa e de qualidade não tem idade.

O "Parada de Bambas" traz a escritora Lélia Gonzalez. No final dos anos 1960 e início de 1970, Lélia era uma assumida mulher negra: "Essa questão do branqueamento bateu forte em mim e eu sei que bate muito forte em muitos negros também. Há também o problema de que, na escola, a gente aprende aquelas baboseiras sobre os índios e os negros; na própria universidade o problema do negro não é tratado nos seus devidos termos."
Foi em 1982 que escreveu "Lugar de negro", junto com Carlos Hasenbalg. "O lugar natural do grupo branco dominante são moradias amplas, espaçosas, situadas nos mais belos recantos da cidade ou do campo e devidamente protegidas por diferentes tipos de policiamento: desde os antigos feitores, capitães do mato, capangas, etc., até a polícia formalmente constituída. Desde a casa-grande e do sobrado, aos belos edifícios e residências atuais, o critério tem sido sempre o mesmo. Já o lugar natural do negro é o oposto, evidentemente: da senzala às favelas, cortiços, porões, invasões, alagados e conjuntos "habitacionais" (cujos modelos são os guetos dos países desenvolvidos) dos dias de hoje, o critério também tem sido simetricamente o mesmo: a divisão racial do espaço."

O quadro "Guerreiros e Guerreiras" desembarca na Estação Primeira de Mangueira para apresentar a neta do cantor e compositor Cartola, Nilcemar Nogueira. Ela empolgou os amantes do samba, ao recuperar os objetivos do projeto Samba Patrimônio Cultural da Humanidade, que se propõe ao registro das histórias orais, e à montagem de um acervo fotográfico das velhas guardas da Mangueira, Portela, Salgueiro, Vila Isabel, Estácio de Sá e Império Serrano. Nilcemar classificou ser essa uma oportunidade única de reflexão e reconhecimento da influência africana no Brasil. "Ao celebrarmos o samba, saudamos toda a ancestralidade negra e esperamos despertar em nossa gente o pertencimento étnico-racial. Garantir o desejo e a busca de transformação de sua realidade e preservação de seu patrimônio", aposta.

Para encerrar o Aglomerado, visitamos o Movimento Humanos Direitos, onde Dira Paes, Ricardo Rezende e Leonardo Vieira falam um pouco desse trabalho social que mobiliza toda classe artística. O princípio dessa organização é promover uma série de atividades em prol da paz e dos direitos humanos, como o combate ao trabalho escravo e a violência sexual contra menores, preservar as comunidades indígenas e o meio ambiente, entre outros.




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Criado em 19/02/2012 - 00:30 e atualizado em 19/02/2012 - 00:30

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