Em 2022, o mercado farmacêutico brasileiro movimentou R$ 106,64 bilhões, representando um aumento de 61% em relação a 2018. Cada dia que passa é maior a quantidade de farmácias pelo Brasil. De acordo com o Conselho Federal de Farmácia, já existem aproximadamente 90 mil estabelecimentos no país.
Estamos mais saudáveis pois tomamos mais remédios? Ou estamos mais adoecidos? A opinião do psiquiatra e pesquisador da Fiocruz, Paulo Amarante, é de que estamos ficando cada vez mais doentes por efeito da própria medicina. E por isso precisamos discutir temas como a hipermedicalização, a automedicação.
Mas existem outras alternativas despontando, como o uso do canabidiol para tratamento de doenças físicas e mentais. Para o neurocientista e professor da Universidade de Brasília, Renato Malcher, “uma das grandes coisas a serem comemoradas sobre o uso da cannabis é exatamente o que está causando mais resistência à ela: o fato de ela conseguir substituir uma quantidade enorme de remédios que trazem consigo muitos efeitos colaterais”.
O biólogo e neurocientista Sidarta Ribeiro levanta um questionamento “dormir, se alimentar e fazer exercícios são a base da saúde humana há 300 mil anos. Por que não seria agora?”.
Luiz David Castiel, médico sanitarista, critica a indústria farmacêutica por estimular o consumo de remédios. “O papel da indústria farmacêutica é o papel que as indústrias têm, que é produzir determinados objetos para serem consumidos”.
Já Reginaldo Arcuri, presidente do Grupo FarmaBrasil, afirma que o objetivo da indústria farmacêutica é sempre avançar na cura e na estabilização das doenças. “O lucro, como qualquer atividade num sistema capitalista de livre iniciativa, é parte essencial, é necessário para a empresa pagar salários, impostos, manter a sua estrutura funcionando. É da lógica do sistema”, defende.
Este episódio trata ainda da hiperpatologização de casos de Transtorno do Espectro Autista e do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e, ainda, da importância da medicação em determinadas situações.
Ficha Técnica
Reportagem: Marieta Cazarré
Produção: Tiago Bittencourt e Claiton Freitas
Apoio à produção: Luciana Góes e Costta Filho
Reportagem cinematográfica: André Rodrigo Pacheco, Rogério Verçoza e Sigmar Gonçalves da Silva
Auxílio técnico: Alexandre Souza e Marcelo Vasconcelos
Apoio à reportagem cinematográfica: Gilson Machado, Marcos Denir e Marcos Santos
Colaboração técnica: Yuri Freire e Dailton Matos
Edição de texto: Marieta Cazarré
Edição e finalização de imagem: Jerson Portela
Arte: Caroline Ramos. Alex Sakata e Carlos Drummond
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