No último dia do Rio Content Market, um debate sobre as novas tecnologias reuniu Santhyago Gallão, que é porta-voz da comunidade Android no Brasil; Christian Liensberger, que é responsável pelo design e desenvolvimento da infraestrutura e Gerente de Programa da Microsoft; além de João Cesar Padilha, gerente da TV Digital na NET Serviços - a maior empresa de TV a cabo da América Latina. E, mediando o bate-papo, Alain Gourd, da Alain Gourd Communications.
Após as apresentações, o assunto girou em torno de mobiles, tv digital, streamings, tecnologia 3D, smartphones, games e produção acelerada.
No caso da Microsoft, o inesperado vem acontecendo e, surpreendentemente, a empresa tem visto os números das concorrentes - Apple e Google - aumentarem, graças à produção de mais e mais aplicativos e outras funcionalidades disponíveis nos smartphones. Frente a isso, a Microsoft lançou o Windows Phone 7, a última palavra em tecnologia em celulares - talvez chegue por aqui neste ano.
Pelo relato de Christian, o aparelho agrada quem tem perfil corporativo e aos jovens que buscam multifuncionalidade. Entre as novidades mais badaladas, o sistema operacional permite acesso rápido aos hubs, que centralizam conteúdos afins, incluindo jogos que podem ser disputados entre amigos, que podem ser representados por avatares - um bonequinho com as características pessoais de cada um. Há também a comercialização de músicas e vídeos, e muitas outras funcionalidades, além de diversos aplicativos encontrados no Marketplace - loja virtual de produtos da Microsoft. Mas, o que revoluciona o mercado é a integração com a plataforma de jogos Xbox Live e a sincronização com softwares de música e vídeo, permitindo que mídias sejam incorporadas ao aparelho.
São os aplicativos que tornam o telefone - se é que podemos chamar apenas de telefone - uma ferramenta essencial para o usuário. A App Store, da Apple, já calcula possuir mais de 350 mil possibilidades em aplicativos; a Android Market, em torno de 260 mil. A novata Windows Marketplace já tem 8 mil produtos.
A Netflix, uma empresa americana que disponibiliza vídeos de acordo com a demanda, possui diversos filmes online e, em rede, é possível classificá-los e fazer comentários. O usuário faz o download do conteúdo desejado e assiste ao filme quando desejar. A Netflix e a similar Hulu, já tem seus aplicativos disponíveis em diversos dispositivos. Mas, para tanto, se faz necessária uma nova tecnologia de armazenamento em grande escala. A solução já existe, mas ainda não chegou por aqui. O conceito de sensação do momento no mundo digital é a nuvem - uma infraestrutura que abriga e processa teras e teras (os dados) de mídia. Na América do Sul ainda não existe, mas a tecnologia já esta sendo usada para testes.
As pessoas querem levar tudo para os dispositivos que elas têm, querem terminar de assistir ao filme enquanto malham na academia. Com o Netflix se pode pausar e voltar ao mesmo ponto quando quiser, permitindo que cada um organize a própria grade de programação - o que já ocorre nos EUA. A questão da publicidade também foi abordada e, segundo ele, os anúncios tendem a ser customizados e segmentados.
TV DIGITAL
João Cesar Padilha expôs as novidades que a maior empresa da América Latina em TV a cabo traz ao mercado na atualidade. A NET começou a digitalização de sua rede, que integra mais de 300 municípios somente no estado do Rio de Janeiro, em 2004. Essa digitalização permitiu maior tráfego na banda, graças à tecnologia de compressão que economiza a sua utilização. Investiu muito na qualidade de imagem HD e trouxe novas funcionalidades e mais interatividade partindo de seu setup box, que está conectado a um modem e, consecutivamente, a rede.
Segundo João Cesar, em breve, chega ao mercado um novo dispositivo que permite maior independência para o usuário na escolha da programação. A velocidade de conexão e transmissão de dados, imagens e sons é superior exatamente pelo avanço tecnológico alcançado. Assim, o telespectador poderá assistir ao programa que quer, na hora em que quiser. A ideia principal é atingir a nova geração, crianças e jovens hiperativos e multifuncionais, que fazem várias coisas ao mesmo tempo. Porém, essa turma é super exigente. O foco da empresa é proporcionar boas experiências aos seus consumidores - revela João Cesar.
Sobre a tecnologia 3D ainda faltam ajustes essenciais como os equipamentos. Tanto as câmeras que capturam a imagem, como as telas das TVs que recebem o sinal. No mercado nacional existem em torno de 100.000 televisores preparados para capturarem imagem com esta tecnologia. Fora isso, há o conteúdo que deve estar de acordo com a proposta. Já foram realizados testes de transmissão ao vivo com 3D, durante o carnaval do Rio de Janeiro. A NET e a TV Globo disponibilizaram o sinal e quem possui TV com essa propriedade, pode conferir.
Os usuários tem cada vez mais espaço para capturar e armazenar dados. Isso é possibilitado pelo baixo preço de memória, pela mobilidade, por mais eficiência na compressão de dados, os tablets, smartphones e diversos dispositivos que se adaptaram ao novo cenário.
O facebook tem aplicativos interativos e os tablets estão desenvolvendo mecanismos para que seja uma extensão do controle remoto. Acredita-se na interatividade da TV, mas o tablet, momentaneamente, oferece um universo mais interessante. Todo mundo assiste TV com um aparelho de informação do lado, seja o computador, tablet ou telefone celular. A era dos Jetsons chegou.
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