O De Lá Pra Cá de hoje faz uma homenagem à cantora Clara Nunes, que faleceu há 30 anos. Participam deste programa: o jornalista e escritor Vagner Fernandes, autor do livro “Clara Nunes, guerreira da utopia”, o radialista e produtor Adelzon Alvez, a cantora e amiga Alcione e o compositor e amigo Monarco.
Poucas cantoras marcaram o nome de forma tão profunda na história do samba quanto Clara Nunes. E um número ainda menor mereceu tamanha devoção após a morte. Clara Nunes começou a cantar ainda menina, no coral de uma igreja, no interior de Minas Gerais. Passou pelas rádios de Belo Horizonte e chegou à fama e à fortuna no Rio de Janeiro, em meados da década de 1960. Foi a primeira cantora brasileira a vender mais de 100 mil cópias de um único disco, derrubando um tabu, segundo o qual, mulheres não vendiam. Isso fez com que as gravadoras buscassem novas cantoras de samba e resgatassem antigas sambistas, que estariam fadadas ao esquecimento se não fosse o sucesso de Clara Nunes. Além de ter sido a maior interprete feminina do samba, também fez muito sucesso cantando músicas com referência às religiões afro-brasileiras. Ao assumir esse lado religioso, ela foi fundamental para derrubar preconceitos.
Clara morreu aos 39 anos, por causa de uma complicação com um componente do anestésico usado numa cirurgia de varizes. Ao longo da carreira, vendeu cerca de quatro milhões de LPs, colecionou 18 discos de ouro, e participou de inúmeros desfiles de carnaval pela Portela, a escola de seu coração.
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