Nesta edição, uma homenagem aos 60 anos do trio elétrico e as histórias de seus inventores Dodô e Osmar contadas pelos músicos Caetano Veloso, Moraes Moreira e Armandinho; e pelo historiador Fred Goes.
Foi num domingo de carnaval que Dodô e Osmar criaram o trio elétrico, o maior símbolo da festa de rua da Bahia. Em cima de um velho Ford bigode, chamado de Fobica, e usando instrumentos inventados por eles mesmos, a dupla desceu uma ladeira que levava à Praça Castro Alves, em Salvador.
Eles embalaram e encantaram as pessoas que, mesmo depois de o carro ter quebrado a embreagem, continuavam a empurrá-lo pelas ruas, num misto de alegria e empolgação, antecipando o que dali para frente viria a ser a marca do carnaval da cidade. Mais do que o sucesso obtido instantaneamente, o que Dodô e Osmar fizeram foi reinventar o carnaval de Salvador, transformando-o num dos maiores eventos musicais do mundo.
Hoje, os trios ganharam dimensões maiores e equipamentos mais potentes. Esse crescimento criou uma nova indústria do Carnaval fora do eixo Rio-São Paulo que atrai jovens e turistas e se tornou um palco para a música baiana. Uma indústria com abadás e pipoca, definições próprias e peculiares desse movimento sexagenário que empolga seus foliões. E, como diz Caetano em sua música, "Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu".
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