O Conexão Roberto D'Avila desta semana recorda o saudoso Mário Lago. Desde 2011, quando completaria 100 anos, o artista vem sendo constantemente homenageado. A ilustre personalidade era multimídia para a sua época: ator, escritor, poeta, dramaturgo, teatrólogo e jornalista, mas sobretudo uma figura humana extraordinária. Mário Lago faleceu em 2002 e deixou, além da saudade e admiração, um exemplo de conduta ética e cidadã.
Durante um descontraído bate-papo, gravado em 1998 na pérgula da piscina do Copacabana Palace, ícone de um Rio de Janeiro que Mário conheceu com grande profundidade, o ator contou a sua história, da juventude vivida na lapa a carreira de grande sucesso.
"O meu reino era a Lapa, os dancings. E nunca fui de beber, porque em 'festa do Bolinha' ficar sóbrio é a melhor coisa que existe. Eu chamava (a moça) com um dedo e dizia 'deixa esse bêbado pra lá e vem comigo'. E ela vinha!", revelou o renomado artista no programa da emissora pública.
Como vários grandes atores e dramaturgos da época, Mário também começou na rádio, um tempo que ele lembrou com muito carinho.
"A rádio é a melhor coisa que existe e tem um grande vantagem: como ela só tem um 'instrumento', que é o 'gogó', você cria personagens, tipos físicos, ambientes e deixa o resto por conta da imaginação do ouvinte. Numa sonoplastia a gente cria um ambiente de jardim que o ouvinte, em sua imaginação, transforma nos Jardins da Babilônia", comentou Mário que escreveu para a Rádio Nacional “Presídio de Mulheres”, radionovela que liderou a audiência da emissora carioca durante cinco anos seguidos.
Militante político, Mário Lago era membro do partido comunista, sofreu com a ditadura, mas jamais se furtou a emprestar o seu nome e o seu prestígio A lutas democráticas e pelo comportamento ético.
"Eu sempre fui um militante, cumpria as tarefas e obrigações com o Partido Comunista. Mas jamais abri mão de minha vocação para a boemia", lembrou durante a conversa.
Mário Lago faleceu em maio de 2002, aos 90 anos. Em plena atividade artística e cidadã. “Na vida você tem que 'gastar por conta' sempre, se dar permanentemente, senão ela não tem graça. Às vezes eu tenho a impressão de que a vida é viciada em mim. Tomara que ela tome uma over dose”, disse na entrevista que concedeu ao jornalista Roberto D'Avila.
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