Vencedor do Nobel de Literatura de 2010, o prêmio máximo da literatura mundial, o escritor peruano Mario Vargas Llosa é o convidado do Conexão Roberto D"Avila deste domingo (5). Na conversa com o jornalista Roberto D"Avila, em Porto Alegre, ele conta sobre sua vocação literária e fala de suas reflexões sobre a vida. "Ao lermos um livro pelo qual nos apaixonamos, nos identificamos tanto com os personagens, com tal ambiente, com tal época, que nossa vida se multiplica, se diversifica...", analisa o escritor.
Na entrevista, Vargas Llosa fala da infância vivida na Bolívia, em meio a uma família de classe média decadente. Ele regressou anos depois à sua terra natal, onde viveu na pequena cidade de Piura, que até hoje alimenta o seu imaginário. Seus pais se separaram após cinco meses de casamento e, até aos 10 anos de idade, ele ficou sem conhecer o pai.
A vida familiar do escritor teve influência em sua obra e foi marcada pelos diversos locais onde viveu e, principalmente, por ter descoberto em um determinado momento, que o seu pai não estava de fato morto. A separação dos pais foi ocultada e, quando eles se reconciliaram, a mãe revelou que o pai estava vivo e que viveriam com ele. A aproximação foi muito difícil, sobretudo, em função do autoritarismo do pai.
Vargas Llosa revela também que o pai não queria que ele se tornasse um escritor. Por isso, acredita que sua vocação tenha se fortalecido como uma forma de resistir a essa autoridade que sempre rejeitou.
Essa e outras histórias do escritor estarão na entrevista à TV Brasil. O escritor e intelectual Vargas Llosa teve ainda suas incursões na política. Em 1990 concorreu à presidência do Peru. Derrotado por Alberto Fujimori, volta à Londres e retoma a literatura.
A adolescência e a juventude do escritor foram vividas em Lima, onde estudou Letras e Direito na Universidad Nacional Mayor de San Marcos. Mas, em 1958, recebe uma bolsa de estudos e vai para a Espanha. Ali obtém doutorado em Filosofia e Letras, na Universidade Complutense de Madri. Depois se mudou para a França e, como tantos intelectuais de sua geração, teve influência do existencialismo de Jean Paul Sartre.
O escritor conta que, em Paris, começou a se sentir realmente um escritor latino-americano e se emociona ao falar da lembrança que tem de sua mãe, sempre com um livro. "Ela lia poemas de Neruda e chorava...", diz.
Livre
Horário: Domingo, às 20h
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