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Carlos Drummond de Andrade

 

Neste domingo (29) às 18h na @TV Brasil, o De Lá Pra Cá comemora os 110 anos de Carlos Drummond de Andrade, o poeta das pluralidades. Nascido em Itabira do Mato Dentro, Minas Gerais no ano de 1902, Drummond iniciou cedo sua relação com a literatura através das publicações dos seus primeiros trabalhos em jornais como o Diário de Minas. Sua trajetória literária considerada uma das mais ricas e amplas da literatura nacional, é caracterizada pela diversidade de sentimentos: o individualismo, a descrença no mundo, a vontade de ser solidário diante dos problemas, o olhar cético sobre a sociedade e o futuro, o mistério da morte são elementos que Drummond atribui na poesia como reflexos da sua vida, tornando-a mais humana. Em cada obra, o poeta itabirano divide-se em diferentes homens com distintas realidades. Cria heterônimos de almas e de personalidades. “(...) É uma confissão, talvez a primeira forma de uma obra literária, obra ainda em bruto, insuficientemente transformada em criação artística (...)”, comentou Carlos Drummond de Andrade ao Jornal das Letras em março de 1955 acerca da obra ser autobiográfica.

O olhar de poeta cronista não se limitou em Minas Gerais. Quando chegou ao Rio de Janeiro em 1934, Drummond continua a escrever fotografias da cidade e do homem urbano.

PÃO DE AÇÚCAR

 

O grande pão de mel suspenso entre mar e céu

insinua os prazeres da cidade.

A boca, o paladar,

a trama dos sentidos

serpenteia lá embaixo. O sol nascente

e o sol cadente vestem de púrpura

a forma rígida. Nuvens ciganas

brincam de subtraí-la.

A cada hora, desintegra-se, recompõe-se,

assume formas inéditas de transparência.

Tem as cores da vida e o sigilo da sombra.

É montanha ou aparição crepuscular.

Drummond, Poesia errante.Carlos Drummond de Andrade




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Criado em 27/07/2012 - 17:21 e atualizado em 27/07/2012 - 17:21

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