“Árvores de nuvem
e flores do mar
levai-me a esse mundo
do Rei Guignard! (…)
As rochas, de espuma.
As conchas, de luar.
O sonho pousado
em ramagens de ar...
Levai-me a esse reino do Rei Guignard”.
Cecília Meireles, Improviso para Guignard. Álbum-arquivo de Guignard, 1947.
Nascido no dia 25 de fevereiro 1896, em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, Guignard iniciou sua trajetória artística na Europa, quando foi morar com a mãe e o padrasto, matriculando-se na Real Academia de Belas Artes de Munique, Alemanha. A capacidade de registrar paisagens brasileiras como as cidades do Rio de Janeiro, Olinda e Ouro Preto transcende o espectador, pois nas telas há uma explosão de cores, passando desde os tons terrosos com o ocre, o laranja, o verde até chegar as paisagens mais etéreas marcadas pelo cinza e pelo azul. Na pintura, Guignard também assinou naturezas-mortas com a exuberância das flores, realizou diversos retratos como os do então prefeito de Belo Horizonte Juscelino Kubitschek, registrou a família brasileira e a temática religiosa. Além da pintura, foi gravador, desenhista e professor. Guignard preocupava-se com as qualidades artísticas de seus alunos, proporcionando-lhes o lado humano e sensível da pintura. É interessante notar que as paisagens de Guignard além de serem “imaginantes”, pertencem ao universo onírico, a cidade paira no ar. “Tudo parece estar em suspensão, sem solo ou pontos de apoio firmes. Não há caminhos, acidentes geográficos nem distâncias. Há apenas um mundo nublado e tristonho.” NAVES, Rodrigo (1996) “O Brasil no Ar”. In: A forma difícil: ensaios sobre arte brasileira. São Paulo: Ática.
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