Fruto de dez anos de pesquisas, a obra conta a história política do Brasil através da música: mais de 200 canções – nos ritmos maxixe, choro, samba, entre outros – fazem referência à queda da monarquia no Brasil, em 1889, passando pela revolução de 1930, pelo golpe militar até os dias atuais.
“O samba consolida o que a Bossa Nova moderniza, e depois o surge o Tropicalismo (…). Necessariamente, a música engajada, a música que a gente convencionou a chamar de MPB, vai ser uma música crítica. A música vai ser o porta-voz de toda a vanguarda da questão artística”, analisa Diniz.
Os autores contam de que forma a música influenciou a formação social brasileira. De acordo com André Diniz, “a música urbana começa a se configurar no séc. XIX, com a modinha. Os músicos vão ser sempre populares e sempre instrumentistas populares mestiços e negros.” O historiador acrescenta que, aos poucos, a música sai dos salões nobres para ganhar o povo. Surge, então, o choro e o maxixe. “O maxixe é uma planta que dá na Cidade Nova, no Rio de Janeiro, que era uma área muito popular (...) Era considerada uma planta comum, reles, chinfrim, cafona, popular. Por isso ele (o ritmo) tem esse nome. Então, o maxixe vai influenciar muito a música carioca e, inclusive, toda a primeira geração do samba.”
A publicação é a terceira obra da parceria entre Diniz e Cunha, que também escreveram Na Passarela do Samba e uma biografia do sambista Nelson Sargento.
O programa Espaço Público é apresentado pelos jornalistas Paulo Moreira Leite e Florestan Fernandes Júnior.
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